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10 junho 2021
Outro Dia

Fábia saiu do vestiário passando os dedos pelos cabelos ainda molhados, dando a volta na arquibancada e descendo o corredor paralelo a ela em direção à saída do ginásio.

Marc: Você vem sempre aqui?

Marc estava sentado nos primeiros níveis da arquibancada, próximo à seção do ginásio onde ficavam os equipamentos de ginástica, amarrando os tênis cuidadosamente, suas muletas deitadas na arquibancada ao seu lado.

Fábia: Não, só de vez em quando.

Marc: Juro que isso não foi uma cantada.

Fábia: Eu sei!

Sorrindo, Marc colocou-se de pé e pegou as muletas, ao que Fábia, também sorrindo, estendeu uma mão para ajudá-lo a descer da arquibancada.

Fábia: E o que você faz aqui?

Marc: Uma amiga minha faz fisioterapia, eu tenho um pé quebrado, ela tem horas de clínica pra fazer...

Fábia: E seu pé está melhor?

Marc: Bastante. Acho que não vou precisar de um novo.

Fábia: De um novo senso de humor, talvez.

Marc: E um livro de cantadas.

Fábia: Não, disso você não precisa.

Marc: Já tenho um pé quebrado, né. Posso usar isso como desculpa...

Fábia: ...para chamar a atenção das fisioterapeutas?

Marc: Não sei onde eu quis chegar com essa piada, mas, é.

Fábia: Acho que nós dois precisamos de um novo senso de humor.

Marc: Enquanto estivermos contando piadas ruins um para o outro, acho que tá tudo certo.

"Enquanto tivermos um ao outro, tá tudo certo", foi o que Fábia quis dizer, porém, disse apenas a si mesma, e para Marc apenas sorriu.

Alisa Anton @ Unsplash

Sinceramente,
Júlia P. V. Souza

Trilha Sonora